Daniel Cariello

Daniel Cariello, autor do livro Chéri à Paris, compartilha sua experiência com o Kindle Direct Publishing.

“Sempre escrevi profissionalmente. Primeiramente, como redator publicitário, e depois como jornalista e escritor. Já publiquei fanzine, criei campanhas, fui editor-chefe de uma revista em Paris e fiz reportagens internacionais. E ao me mudar para a capital francesa, em 2007, criei um site para publicar crônicas semanais sobre a minha vida por lá. Os textos passaram a ser republicados por veículos franceses e brasileiros. Dessa safra saíram as crônicas para o livro Chéri à Paris, que terá um segundo volume no ano que vem.

Ser escritor não é ainda minha principal atividade, apesar de ser a que mais me dá satisfação. Busco dirigir minha carreira para viver de escrever livros e crônicas para revistas e jornais, mas não é uma tarefa fácil. Até porque no Brasil não temos o hábito da leitura tão desenvolvido quanto em países como a França ou a Argentina. Além disso, as editoras não estão interessadas em novos nomes. Se você não tem os amigos ou contatos certos, é difícil furar o bloqueio do mercado editorial tradicional. Então, é preciso procurar alternativas.

Durante um tempo, tentei publicar o Chéri à Paris da maneira tradicional, mas acabou não dando certo. Então decidi buscar o caminho da independência. Reuni-me com amigos e criamos um selo que tem a autopublicação como uma de suas principais bandeiras. Há uma carência de soluções nesse sentido e acredito que o sucesso do selo demonstre que vale a pena apostar em si mesmo.
Minha experiência com o KDP é excelente. Eu mesmo preparei meu eBook e publiquei na Amazon, sem dificuldade. Atualmente, vendo mais eBooks do que livros impressos. Somando os dois, já foram mais de 2 mil cópias do Chéri à Paris, que chegou algumas vezes a ser o mais vendido de todo o site. Tudo isso de forma completamente autônoma.

Também acertei em publicar o eBook exclusivamente na Amazon. Gosto muito do modelo da plataforma, que permite aos autores ficarem com até 70% do valor da publicação, muito melhor do que os 10% tradicionais. Com isso, os preços podem ser baixos, o que ajuda na decisão de compra de um leitor que não conhece o autor, ou a obra.

Acho que o momento que o mercado de livros está passando guarda semelhanças com o que a indústria fonográfica passou em fins dos anos 90. Há uma mudança de paradigma, o digital chegou de vez. A diferença é que as gravadoras não sabiam o que fazer com o mp3 e cometeram a grande mancada de brigar contra o formato, enquanto as livrarias virtuais, como a Amazon, oferecem ferramentas e facilidades tanto para os leitores quanto para os autores.

Já em relação ao marketing, é fundamental saber aproveitar as facilidades e possibilidades da internet. Eu criei um site exclusivo para a venda do meu livro, com todas as informações, links diretos para venda e as matérias que saem na imprensa. Há também o site do selo, com tudo sobre o Chéri à Paris e suas outras obras, bem como uma fanpage no Facebook e um perfil no Twitter. Faço ainda um trabalho permanente de assessoria de imprensa, enviando livros e matérias para veículos online e offline, o que tem funcionado muito bem. Autopublicar-se é trabalhoso, mas a recompensa é grande, proporcional às horas dedicadas.”

–Daniel Cariello